sábado, 3 de dezembro de 2016

HIROXIMA






“Toda a manhã, a manhã escureceu”
Sylvia Plath

Dias depois os homens saberiam
Que ninguém ressuscitou em Hiroxima
As cinzas sem forma, nem memória
Do que foram corpos, só sombras
Pelo chão , nem sequer Lázaros
Mendigos à porta da riqueza
Mas não havia portas
Onde bater um grito, um pedido de refúgio
Não havia casas onde guardar as lágrimas
E as meditações partidas de Buda
Deus foi magoado no céu e já não põe as mãos
Feridas no lume pelos homens.

03-12-2016
© João Tomaz Parreira



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